sexta-feira, 20 de junho de 2014

Análise Mario Kart 8


Mario Kart 8 – WII U
Desenvolvedora: Nintendo
Publicadora: Nintendo
Ano de Lançamento: 2014



O melhor Mario Kart já feito!

O lançamento do Mario Kart 8 teve um grande grau de dramaticidade, boa parte devido as baixas vendas do Wii U, muitos anunciavam o console como morto, outros como respirando por aparelhos e confesso, nada parecia emplacar no console e corria o risco de se tornar o Zeebo da Nintendo, com o anuncio deste jogo, uma aura de empolgação tomou conta daqueles que esperavam essa pérola e ele veio...
Muitos não duvidavam do poder da Nintendo de criar um jogo magnífico, as dúvidas giravam em torno do palco que o receberia, já que o hardware do Wii U não é assim nenhuma Brastemp, estando mais para uma Electrolux... E a Nintendo parecia viver certa contagem regressiva, no mês de maio recebi cerca de 6 e-mails dela me lembrando do lançamento e me convidando para um evento de kart que seria  realizado no Canadá, sim minha conta é canadense, as dúvidas eram: “É mais do mesmo?”

Após minha última jogatina ser em Mario Kart DS, confesso que vi muitas mudanças boas para a mecânica, se no jogo do portátil a inteligência dos oponentes parecia ter receio de atirar os itens, aqui à maldade dominou suas mentes, você será literalmente o alvo preferido deles.



Um casco, dois cascos, três cascos....


Yoshi apreciando ter acertado a Peach com um casco.


Nesse quesito a Nintendo acertou em muito, agora nossos oponentes são muito mais ousados e agressivos, ficar na primeira colocação é muito perigoso para qualquer um, já que o sistema de itens não está tão aleatório assim, os mesmos são distribuídos conforme as posições dos participantes sendo que o primeiro colocado irá tirar na grande maioria das vezes moedas de ouro, ficando totalmente indefeso, já o pessoal que segue o primeiro irá tirar cascos e cogumelos, ficando sempre vulnerável a perder a primeira colocação.

Os itens mais importantes permaneceram das outras versões e nessa foi adicionado mais 4: Super Buzina, Planta Piranha, Crazy 8 e Bumerangue. A Super Buzina é a única arma capaz de combater o temido casco azul, aquele item que acaba com a amizade de muita gente, a buzina provoca uma onda de choque em uma área ao redor do jogador, destruindo tudo que estiver nessa área, inclusive atrapalhando quem está pensando em te passar, mas esse item é quase raro de ser tirado, então caso o consiga, guarde-o será muito útil. A Planta Piranha é um item bem estratégico e costuma sair para quem está entre a 3ª e 6ª colocação, ela come tudo que está pelo caminho e ainda te fornece turbos fracos em curtos espaços de tempo, ótima para infernizar quando se forma aquele grupinho de corredores. O Crazy 8 é uma atualização do Crazy 7 que foi introduzido no MK do 3DS, ele contém 8 itens do jogo e sua obrigação é solta-los sem medo, esse item é fornecido para quem está lá atrás, entre a 8ª e 10ª colocação, mas pode ser encontrado por quem está um pouco mais à frente, basta ter sorte. O último item adicionado, mas não menos importante é o bumerangue, ele te fornece 3 arremessos e pode acertar o oponente na ida, na volta ou em ambos, seu único defeito é o fato de precisar alinhar os karts para acertar, ou torcer para o adversário passar em sua trajetória.


Coitado do Mario...

Os outros itens em nosso arsenal são: casca de banana, casco verde, casco vermelho, casco azul,  Bullet  Bill, estrela, moeda, cogumelo único, cogumelo triplo e cogumelo dourado. Esses itens fazem a alegria ou a tristeza alheia, depende de quem lança e de quem os recebe... Outra novidade muito bem vinda é o fato de não ser possível segurar mais que um item, agora ao pegar um item, terá que usa-lo ou ficar segurando, sem a possibilidade de pegar um segundo, trazendo assim elementos de estratégia para a franquia, ainda nesse quesito de defesa a Nintendo fez outra boa modificação, agora os itens ficam girando ao redor do carro, assim caso você tenha o item do casco verde ou vermelho triplo eles ficarão girando ao seu redor o que torna o elemento “bater nos outros” uma arma também útil, já que terá o efeito do acerto do item.

Ei, o castelo está de ponta cabeça!

Se até então as pistas eram simplesmente horizontais com leves subidas e descidas, agora você pode começar no chão, ir para a parede e depois para o teto, tudo muito natural, o design dos circuitos ficou bem elaborado, pena que não seja tão complexo quanto visto em Sonic & All*Stars Racing Transformed, se no jogo do Sonic a cada volta uma nova estratégia era tomada, já que nosso carro se transformava em barco e avião, aqui no Mario nosso carro é sempre um carro, ativando só o paraquedas em alguns trechos, não que isso seja ruim, mas o trabalho da Sega parece ter sido mais ousado do que o da equipe da Nintendo, aqui podemos correr em baixo d’água o que muda o comportamento de nosso veículo e podemos planar, boas adições vindas do 3DS, já que o cenário deixa de ser limitado ao traçado das pistas.


Ei! Eu passei por aquela ponte ali embaixo (Veja que estamos andando de lado)

O sistema antigravidade que foi muito alardeado pela Nintendo é simples, antes do inicio do trecho com essa função passamos por uma faixa azul, então as rodas de nosso veículo mudam a orientação e o carro passa a flutuar devido ao magnetismo, lembrando muito o skate flutuante do filme De Volta Para o futuro, a pista está se contorcendo, porém, quem está guiando a sensação é estar andando no mesmo plano, ficando evidente a mudança de orientação ao olhar pontos do cenário ou o replay, que ficou muito prejudicado devido essa mecânica, já que o câmera está na orientação original, deixando assim algumas partes quase impossíveis de assistir devido a confusão mental  que é feita por nossos cérebros primitivos.

Ainda no sistema antigravidade acredito que a mudança mais estética e mercadológica do que como parte da estratégia da corrida, já que poucas as pistas oferecem esse recurso de forma que dê para levar grande vantagem, na maioria dos casos servem para fugir de um ou outro obstáculo.


Ao passar por uma rampa e apertar o botão de pulo ganhamos um turbo e ainda o personagem faz uma manobra. UAU!

São ao todo 32 circuitos, sendo 16 originais e mais 16 refeitos, o que já se tornou um elemento da série, têm pistas do N64, DS, 3DS, etc. As pistas clássicas foram refeitas em diversos pontos para poderem comportar o sistema antigravidade, ficando muitas como praticamente novas, porém outras foram mantidas sem mudanças. Os cenários novos são super criativos e bonitos, existem diversos elementos no cenário que se movem, pulam, brincam, tudo foi feito com muito carinho pela Nintendo, sendo que em pouco tempo você irá eleger os seus favoritos. Alguns cenários possuem elementos que irão te atrapalhar como um bondinho, os tiki takas do jogo Donkey Kong Country Return (Wii) e no novo Castelo do Bowser terá uma surpresa quando uma projeção do próprio fizer o circuito estremecer, nesse quesito o jogo é bem positivo, lançando diversos elementos que podem atrapalhar ou beneficiar.


Vai encarar?


Carros, karts, motos e 4x4

Para nossa disposição estão 4 tipos de veículos e duas personalizações para os mesmos, podemos escolher a roda e o tipo de planador, os veículos assumem as cores do personagem escolhido e aqui temos 29 mais o nosso Mii, temos praticamente a turma inteira do Reino do Cogumelo, desde Mario e Peach até Bowser e todos seus filhos, de ínicio metade estão liberados, precisando liberar o restante, muitos personagens e veículos poderão ser liberados por DLC futuramente, mas o que vêm é bem consistente. Os veículos possuem diversos atributos e cada tipo de roda aumentam uns e diminuem outros, cabe ao jogador escolher aquele que atende melhor ao seu estilo e nível de habilidades, já que para quem ainda não domina os drifts, quanto mais handling melhor, para aqueles mais experientes vão optar por veículos mais velozes ou pesados.

A seleção está bem diversificada e os modelos poligonais são bem bonitos, cada detalhe foi pensado e os veículos dão shows à parte, o único contra talvez seja no retorno do estado antigravidade de alguns veículos, parecendo meio forçado o pouso, já que muitas vezes estamos em 90° em relação ao circuito e num espaço de 1 metro precisamos voltar ao sentido original, um contra que poderia ter sido evitado.

Tudo é muito fluído e detalhado.

Bom mesmo é no multiplayer!

O jogo conta com multiplayer para 2, 3 ou 4 jogadores, sendo que em até 2 roda em 1080p e 60 fps, já em 3 ou 4 a taxa cai para 30 fps, é uma diferença sentida, porém que não atrapalha em nada. O problema nesse quesito é o fato de em 2 a tela ser dividida, sendo que o console poderia mandar uma imagem  para o GamePad e deixar outra na TV, isso foi muito utilizado no Nintendo Land e confesso ter ficado chateado do mesmo não ocorrer aqui.

Tive um pouco de desconforto ao jogar com mais alguém, acredito que seja pelo fato dos jogadores serem divididos verticalmente, ficando um pra esquerda e o outro para direita, preferia o corte horizontal, um em cima e outro em baixo, já que aumenta o seu poder de visão lateral, porém é um gosto bem pessoal meu, para quem deseja jogar online, essa versão faz muito bonito, podendo ser jogado em até dois jogadores. Para quem pegou o jogo em seu lançamento teve muitos problemas de conexão, porém todos já foram solucionados e agora se pode jogar por horas sem nenhum tipo de “kick”, minha conexão é de 1MB (download de 60 kbps e upload de 10 kbps) consigo jogar sem lag, o que é algo incrível por parte da Nintendo, já que em jogos como Call of Duty se torna quase inviável jogar com uma conexão tão lenta.

Quase um jogo Narcisista

A Nintendo nesse quesito nos mostrou que ainda é quem dita as regras, o jogo está muito bonito e surpreendente, estabelecendo um novo patamar para os jogos de sua plataforma, em Pikmin 3 ela havia rompido barreiras e agora as rompe novamente, tudo parece que foi estudado nos mínimos detalhes, desde as pedras do chão até o fogo que sai dos escapamentos dos veículos, ao assistir o jogo em câmera lenta pelos melhores momentos ou na Mario Kart TV, podemos ver que a Nintendo trabalhou e duro para trazer o jogo mais bonito já criado por ela e aquele que têm como função trazer o Wii U para o mercado novamente.
Os personagens estão muito bem feitos e seus movimentos são sutis, desde os pulos até a comemoração ao acertar alguém com aquele golpe mortal, tudo foi feito com atenção e olha só a encarada do Donkey Kong:

É de dar medo em qualquer um... O jogo de sombras, luzes, os efeitos, tudo foi feito com muito capricho e nos mostra que mesmo a Nintendo em uma situação desconfortável no mercado não apela para baixa qualidade em seus produtos, mantendo sempre as franquias como desejadas pelos jogadores.

Vamos Compartilhar?

Aqui a Nintendo acertou em cheio, agora podemos compartilhar os vídeos de nossas peripécias no Youtube diretamente pelo console, algo muito bom já que a comunidade Miiverse é um tanto limitada, as fotos também podem ser publicadas nas redes sociais através do Navegador de Internet do console e caso não queira ver no Youtube, pode utilizar o site www.mariokart.tv, lá ao efetuar o login com sua Nintendo Network poderá ver replays de seus amigos ou os seus próprios, os replays podem ser publicados diretamente das corridas ou pelo Mario Kart TV que fica no menu principal do jogo.

Modos de Jogo

O jogo segue os padrões já pré-estabelecidos da franquia, podemos correr nas categorias 50cc, 100cc e 150cc, correr contra o tempo no Time Trial ou jogar batalhas.
O modo de Grand Prix que possui as cilindradas possui diversos campeonatos com 4 pistas cada, poderá ganhar os troféus de ouro, prata e bronze ou até o ouro com 3 estrelas, tudo depende do seu nível de empenho e sorte, já que para tirar o último precisará de habilidades e sorte, muita sorte...


Depois de 25 tentativas... mas consegui


Para conseguir o nível máximo é necessário ganhar as quatro corridas e te garanto, ai está o nível “Mario from Hell” do jogo, para eu conseguir a Copa Flor (Flower Cup) foi necessário nada menos que 25 tentativas, sendo que estava com a moto e as rodas com maior velocidade. Aqui não há possibilidade de reiniciar a corrida, terá que reiniciar o torneio e como ditos estarão todos contra você! Não se desespere ao ser ultrapassado na última volta da última corrida, na última curva após ter ganhado as 3 primeiras... Acredito que aqui é onde brilha essa versão, o jogo não é difícil para quem quer se divertir, mas é extremamente complicado para quem quer ser o melhor!
Ao conquistar os campeonatos serão liberados outros e mais corredores, incluindo um carimbo novo que poderá ser usado para postar no Miiverse  e digo: vale à pena tentar ter todos.
O modo Time Trial é ótimo para quem pega o jogo e quer aprender os traçados, já que aqui podemos aprender os atalhos, não são muitos, mas existem.

Aqui poderá enfrentar os tempos de outros corredores do mundo, inclusive os dos membros da Nintendo, sendo que cada membro deixou um tempo lá a ser batido, não é nada impossível, mas alguns vão precisar de diversas tentativas, ao conseguir superar todos terá uma grata surpresa.
Pode também baixar outros tempos e fantasmas de corredores que postaram, assim sempre terá algo novo a te desafiar e os caras não estão para brincadeira nesse modo! Podemos baixar até 4 tempos por corrida e podemos apaga-los para baixar outros de forma bem simples e intuitiva.
O modo batalha que é muito utilizado pelos jogadores para uma diversão rápida e sadista, na qual cada jogador recebe 3 balões (vidas) e os mesmos devem ser estourados por outros jogadores em arenas pequenas, na qual se via carros voando por todo canto, aqui saiu as arenas e entrou algumas das pistas das quais corremos.  Mesmo não gostando muito deste modo, senti o mesmo que muitos outros críticos, tudo parece tão longe, o que era sadista e frenético para um jogo de tiro/paciência, já que os jogadores podem ficar muito longe um do outro o que estraga boa parte da diversão, esse modo também pode ser jogado online, mas o sentimento de abandono ainda permanece.

GamePad, ainda não foi dessa vez!

O GamePad foi bem utilizado até, mas depois que se joga Lego City: Undercover o jogador passa a se tornar mais exigente, aqui o GamePad trás as informações do mapa e posições dos outros corredores (12 no total), coisa que já foi feita outrora pelo DS, além disso podemos usar o modo Off-TV e jogar somente pelo portátil (o que é muito bom) e podemos definir com um pressionar se vamos usar o analógico + d-pad  para controlar ou o sensor de movimento do controle, sendo que acho muito desconfortável controlar balançando o controle, aqui temos também um botão para acionar a buzina e só.

Para os outros jogadores pode-se usar o Wii Remote ou o Pró-Controller do Wii ou Wii U, sendo que prefiro sempre os direcionais digitais, acho mais confortável nesse tipo de corrida, fora que achei estranho a disposição dos botões no Wii Remote, parece que está tudo “longe demais”. Aqui outra bola fora da Nintendo é não haver nenhum tipo de personalização dos comandos, vai ter que jogar conforme veio de fábrica, fazendo com quem esteja com o GamePad tenha vantagem sobre o Wii Remote, já que o segundo vai ter que usar o sensor de movimentos e pelo que vi até o momento 90% da comunidade prefere jogar pelos botões.

Nota Final: 85/100

Considerações Finais
O jogo é o melhor que o Wii U viu até o momento e com certeza é o melhor Mario Kart de todos os tempos, seus pecados são pequenos, mas podem ser notados, acredito que ainda não torna o console da Nintendo um objeto de desejo, mas é uma ótima recompensa para todos aqueles que investiram seu dinheiro no console. Se você já tem o Wii U, precisa ter esse jogo, se você ainda não tem o Wii U, pense com carinho no console.









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